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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Adultério

Adultério

Paulo Coelho
resenha por Diogo Besson



Até onde vai nossa ousadia em busca de vontade pra viver feliz?


ficha:
ISBN: 9788543100456
Nº de páginas: 240
Editora: Sextante
Autor: Paulo Coelho
Ano: 2014
Disponível em eBook? Sim

Este romance (best seller de estréia - Folha 2014) é uma ficção narrada na Suíça. Trata da história de Linda, uma jornalista com 31 anos de idade, carreira sólida, família modelo, com filhos educados e finanças estáveis. Uma vida perfeita para os olhos dos outros, mas apática aos olhos dela mesma.
Vida esta balançada emocionalmente pelo encontro com Jacob, político casado, ex-namorado e homem-triste.





Na história, Linda se vê em conflito constante entre o amor que outros tem por ela e o amor que sente por ela mesma. Sua vida perfeita só seria mais perfeita se ela fosse feliz, o que não é o caso. Essa busca por aventura encontra em Jacob um porto "inseguro", onde as possibilidades se abrem para a novidade de destruir tudo o que tem, aprender sobre si mesma e/ou encontrar uma terceira via para a felicidade.

fonte: http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/files/2011/08/paulocoelho.bmp


Paulo Coelho queria escrever sobre depressão e acabou sendo levado pelas massas da internet a falar sobre o sofrimento em torno do adultério. O "pulo-do-gato" disso é que ele foi brilhante em realizar uma pesquisa sobre um assunto e acabar descobrindo outro tão interessante quanto (veja essa entrevista que toca levemente nesse assunto), abordando tanto o tema da motivação/alegria de viver, como da experiência de um casamento que passa por essa turbulência.


Sobre o acabamento, segue o padrão de redução de custos para popularizar a leitura que outros títulos do Paulo também adotaram, sem prejuízo algum para a qualidade do produto final. Aliás, parabéns ao pessoal da Compañía pela ideia da capa!

A narrativa corre fácil. Acontece em primeira pessoa e está bem diferente na questão dos diálogos. Confesso que senti um estranhamento inicial, mas logo me acostumei com isso. Na fala de terceiros o estilo é com travessão, normal, diálogo explícito, mas quando a fala é da narradora-protagonista, o que se lê é um misto de, em parte uma reflexão interna e, por outro lado, uma sugestão do que poderia ter sido o discurso direto no momento da conversa.



Um trecho que pessoalmente me chamou a atenção foi a descrição da experiência com parapentes. Não contarei mais para não estragar a surpresa, mas já tive a chance de pular da montanha e afirmo: É exatamente assim de fantástico, emocionante e, como diria o mestre Alex de la Iglesia, descombacante!

Gostei bastante dessa obra e recomendo.

PS: Pra quem pediu, aí vai o link para a amostra grátis do livro ->

2 comentários:

  1. e, já que estamos numa onda de polêmicas virtuais, aí vai uma dica de documentário sobre uma situação subversiva bem real na questão da sexualidade tradicional:
    http://vimeo.com/23988620

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  2. Engraçado... Eu não gosto de Paulo Coelho. Nunca li nada do Paulo Coelho que me arrebatasse, me levasse para um mundo diferente, me fizesse vibrar com alguma experiência grandiosa, nada que me impressionasse de forma vívida. Mas hoje - e hoje, agorinha, nesse momento solene - eu me disponho a admitir que simplesmente, sua obra não faz meu tipo de leitura. Porque é verdade também que eu nunca simplesmente "larguei" um livro do PC: todos os que passaram por minhas mãos foram lidos e bem aproveitados. Ri, chorei, me identifiquei com tantas e tantas partes - e não é esse o grande trunfo do escritor, criar histórias que toquem os leitores de forma sutil e eficaz para despertar a mente acomodada para a filosofia humana ou ao menos, uma reflexão menos rasa sobre nossa missão nessa Terra a partir do próprio cotidiano contemporâneo?
    Pois é. Não li o "Adultério", nem sua resenha me tentou a fazê-lo (não pelo texto, mas pelo objeto, que fique claro ^_^ ). Me pareceu, novamente, mais uma dessas histórias de todas as esquinas, cujo autor teve o mérito de pôr em palavras, mas que se contam sozinhas no cotidiano de tantos protagonistas - infelizmente muitas vezes menos esclarecidos do que o "mago" brasileiro.
    Entendo o sucesso, respeito a obra e admiro a intenção. Mas nunca vou perdoar o maluco que botou esse cara na ABL.

    ...DE JEITO NENHUM!

    :3

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