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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Rei Rato

Rei Rato

China Miéville
resenha por Diogo Besson



Um romance tão urbano e musical que, se fosse brasileiro, não seria Jungle, mas sim, Manguetown


ficha:

ISBN: 9788561541293
Número de páginas: 400
Editora: Tarja Editorial
Tradução: Alexandre Mandarino
Edição: 1ª
Ano 2011

fonte: http://rodapedohorizonte.files.wordpress.com/2011/09/rei_rato.jpg


Escrito pelo inglês China Miéville, este livro conta a história de Saul, um garoto londrino órfão de mãe que teve o pai assassinado por um desconhecido qualquer, sem qualquer motivo aparente e que é incriminado por isso. Na prisão acaba conhecendo um sujeito bastante estranho que o ajuda a escapar, criando assim um laço estreito de relacionamento. Esse sujeito acaba se mostrando parte da essência do próprio Saul e muitas coisas ainda mais estranhas começam a acontecer na busca do assassino real e dos motivos dele.


Qualquer coisa que eu diga sobre este livro, além disso, já começa a ser um tremendo spoiler. Pra que vocês não fiquem com muita raiva de mim, acrescento apenas alguns elementos importantes praqueles que querem afundar na leitura de "Rei Rato". 

fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/File:China_Mieville.jpg

Um livro traduzido para português (pt_BR) que a partir de 2013 torna-se raro nas livrarias; um título excelente, de grande valor editorial, que teve muito sucesso em Londres (1998), e que coroa de méritos a finada editora Tarja.

Trás consigo uma carga de sentimentos urbanos diversos, tão em moda hoje em dia que até posso ouvir o slogan "viva-a-cidade" ecoando dentro da mente. Mostra inclusive características de tipos e tribos que muito influenciam os jovens paulistanos de hoje.
É também cheio de musicalidade, com referências ao Jungle e Drum'n'bass, e possui descrições tão detalhadas da sonoridade que com alguma concentração você quase até consegue ouvir o som saindo das páginas. :)
A pesquisa para realizar esse livro deve ter sido uma coisa mágica.

fonte: http://caianomundo.ci.com.br/wp-content/uploads/2012/07/shutterstock_98440781.jpg

Por falar em pesquisa, ele contém uma surpresa em forma de conto de fadas dentro de si (não vou falar qual é a lenda explorada, desista!), mas não se engane, é um livro para ADULTOS! Ele é violento e não poupa esforços para impressionar dentro de sua realidade (im)possível. A imagem que se tem da metade pra frente desse livro é que ele pinga sangue no chão, por isso muito cuidado ao fornecer um exemplar para uma mente imatura dar uma espiada no seu conteúdo. Alguém pode se assustar.

fonte: http://manuscritosmalditos.files.wordpress.com/2011/03/china-mic3a9ville-king-rat-perdido-scar.jpg

Apesar de, mesmo com muita vontade, não poder falar mais nada, só tenho elogios para este livro e para a equipe que o produziu. Realmente uma obra de arte fantástica que enriquece a literatura de temática urbana, new-weird, e que me deixa com um gosto de "quero mais". 
Já recebi a dica do sr. Richard Diegues, ex-proprietário da Tarja, que vale a pena conferir o Perdido Street Station (2000) do Miéville, então vamos aguardar que alguma boa alma caridosa feche um contrato bacana com eles e comece a traduzir o material.

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