O Rei de Havana
Pedro Juán Gutiérrez
resenha por Diogo Besson
a turbulenta vida de Reynaldo. Anti-herói em Havana
Após alguns meses atrapalhados, estudando para provas e enfrentando alguns outros problemas pessoais, finalmente venci duas leituras importantes que estavam pendentes: Uma, o livro 5 das crônicas de gelo e fogo, que será resenhado em uma série completa em um momento posterior, e esta, uma tragédia escrita em um momento inspirado de Pedro Juán Gutiérrez.
Algumas pessoas criticam duramente seu estilo, alegando que é uma cópia do velho Charles Bukowski, mas eu acredito que este cara é um talento cubano fenomenal e que, tendo acesso ao estilo do Chinaski da década de 60, ou não, DEVE ser lido, digerido, regurgitado e assimilado.
Uma excelente leitura pra você que é fã da literatura suja e real!
ficha:
ISBN: 8535900950
Número de páginas: 228
Editora: CIA DAS LETRAS
Edição: 1ª
Ano 2001
resenha curta: O Rei de Havana
fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYbbDFwJ-kG_DifmQTIlZ9_KNPuA-D9o06KPblomOzvGZ9us2rGpECcEzEfhkoRmL5N1ku0ncfDeseAgKhlicglZhTmbUk_lbVro6sg-olBBgFoL1gDWfYV3PhpiSgyAIhksWUZ2F8Zok4/s1600/o+rei+de+havana.jpg
Pedro Juan Gutiérrez escreveu admirando e se surpreendendo com a simplicidade do cotidiano macabro dos arredores de sua residência.
Longe - muito longe - de ser uma obra realística, poderíamos assim mesmo enquadra-la em uma postura realista do autor, visto que foi justamente a dura existência em Havana sua inspiração para esta tragédia narrada no livro.
Não é, portanto uma obra baseada em fatos reais, mas sim baseada na observação de uma realidade concreta e cotidiana.
Explodindo na cara do leitor com a pobreza e a miséria da região, o protagonista surge, numa riqueza absurda de detalhes, contando fatos de sua infância que o levaram para a cadeia.
Reynaldo, o Rey (rei) de Havana, ganha alguns atributos sexuais no reformatório que o levam a várias situações desafiadoras com mulheres, bêbados, aproveitadores, travestis e prostitutas. Algumas engraçadas, outras bastante complicadas, mas que sempre o mantém em movimento na história.
Por conta de sua parca cultura e, de certa forma, de sua brutalidade, Rey se mantém vivo sempre com muita dificuldade e não consegue projetar nada que o leve à melhorar de condição. Como todo bom anti-herói, em alguns momentos você o ama e em outros, ou na grande maioria deles, você o odeia com todas as suas forças.
O engraçado deste livro é que além da fórmula já esperada e da quantidade enorme de choques ao longo da história, o leitor não consegue parar de ler.
É fascinante como a visão corrosiva do autor bate de frente com milhares de convenções morais e preconceitos, agredindo, insultando e jogando na cara do leitor o quão animal, no pior sentido da palavra, um ser humano pode ser e, mesmo assim, continuamos lendo... querendo saber o que vai acontecer com Reynaldo e seus coadjuvantes página após página.
Na minha opinião, leia se for capaz e se prepare para ficar pasmo com a linguagem da obra. É uma leitura para adultos preparados. Se gostar, busque também as outras obras do autor, como A Trilogia Suja de Havana, por exemplo. Já li e é excelente! Mas busque em sebos, porque na editora, já era... O autor não está NEM no catálogo.
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